segunda-feira, 30 de abril de 2012

Acompanhe!!!...

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Anda a todo vapor os encontros do SUBprojeto Bíblia e Catequese
Nas fotos, a equipe (Padre Gislei, Padre Everton, Isabel Braz, Andrea, Joaquim), que está neste primeiro semestre de 2012, cuidando da formação, referências, materiais, planejamento, cronograma, metodologia, para dinamizá-los nos Setores de nossa Diocese a partir de agosto.
A Diocese está enviando, mensalmente, um grupo de catequistas, coordenado pela Isabel Braz, para formação bíblica, no CEBI, em Belo Horizonte. Esperamos contar com estas pessoas para fermentar nosso SUBprojeto na Diocese.
Acompanhe abaixo o encontro de março, realizado na casa da catequista Andrea, na Paróquia N Sra do Carmo, em Sete Lagoas.
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Cristiane Duarte
Coord Diocesana de Catequese
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domingo, 29 de abril de 2012

Antenados

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Teve início nesta quinta-feira, 26 de abril, em Santana do Riacho, o SUBprojeto "Antenados". Outro SUBprojeto do Catequese em Movimento e assessorado pelo padre José Roberto.
Foi um momento muito rico para a Catequese Diocesana. Estivemos reunidos com a comunidade de Santana: catequistas, catequizandos, pais, padre, interessados. 
Tudo aconteceu através de uma roda de bate-papo,conduzido por perguntas motivadoras. E o bacana é que as pessoas foram se colocando, espontaneamente. Podemos dizer que houve realmente uma interação com o objetivo do Antenados, que é o de conhecer melhor a "história da Catequese em nossa Diocese", temática norteadora de todos os nossos passos dentro do SUBprojeto.
No dia 27, pela manhã, estivemos entrevistando a Dona Zenite, senhora de 96 anos que viveu toda a sua vida na cidade de Santana do Riacho. Foi outro momento significativo e emocionante. Pois, não é qualquer um que vive bem seus 96 anos de muita vida. Através de uma conversa saboreada com um delicioso cafezinho e biscoito caseiro, conhecemos mais um pouquinho da história da Catequese da Paróquia de Santana. 
Todo o SUBprojeto está sendo registrado por meio de fotos, filmagem e escritos. Catalogamos também os materiais que a Paróquia tem pós década de 60 e fotos de momentos marcantes. Ao final do bate-papo na quinta-feira à noite, lançamos o convite para as catequistas e padre construírem o acervo histórico da caminhada da Catequese da própria comunidade catequizadora.
A culminância e meta maior do Antenados é a de montar um acervo histórico da caminhada da Catequese na Diocese de Sete Lagoas, tendo como linha do tempo a Catequese pós Concílio Vaticano II, ou seja, a partir de 1962. Como também publicarmos um livro sobre o trabalho de historização e memória da Catequese e darmos contribuições mais enriquecedoras e maduras para a construção do Diretório Diocesano de Catequese. 
Estamos muito entusiasmados com a reação das pessoas quando vamos nas comunidades levar o Antenados. Particularmente, fiquei felicíssima com a recepção da Paróquia de Santana do Riacho. Agradecemos imensamente ao Padre Paulo Renato que se dispôs a nos receber. Também agradecemos às catequistas na pessoa da Andrea Jorge (coordenadora paroquial da Catequese de Santana).
Agora vamos com muita alegria nos preparar para mais um encontro do Antenados.
Aguardem!
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Fotos da roda de bate-papo...
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Entrevista com Dona Zenite:
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Cristiane Duarte
Coord Diocesana de Catequese
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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Feliz Páscoa!!!

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Ressurreição...
É madrugada. Há um silêncio no ar.
Por um instante, o soluço parou, a tristeza dormiu e o pranto cessou!
Na barra do novo dia brilha sorridente o sol da alegria.
O ventre da terra contraiu-se
A natureza gemeu em santo parto,
reuniram-se todos os átomos da força energética da vida.
O pai é o parteiro presente.
Anjos e mulheres o auxiliam.
Os guardas, homens armados, cochilam frágeis e inofensivos.
Poderosos - Sacerdotes, Herodes, Pilatos...
Com o remorso do crime no estômago, sofrem pesadelos.
O túmulo rompeu-se e a pedra rolou!

Eis que de pé, vitorioso, renasce Jesus!
Do infinito parto da natureza e do céu
Ressurge livre, vencedor e Filho Amado
Ontem matado e enterrado.
Termina, enfim, a teima cansativa entre o homem e seu criador.
Alguns lençóis, placentas inúteis, restos da morte que agoniza,
faixas manchadas do pecado vencido
Voam pelo ar, no chão em festa, feito jardim
Por onde passeia sorridente o jardineiro imortal.
Tudo é surpresa e espanto,
Tudo é certeza e encanto.
Os convidados e seguidores cantam alvíssaras,
Maria, a mulher símbolo,
Suspira aliviada e segura.
Uma lágrima feliz terá corrido rápida,
Fazendo ponto final, no seu papel genial.
Por ela somos benditos também,
Quem não diria Amém?
Enquanto os filhos da morte
Envergonhados, insistem em combater: de boca em boca,
de casa em casa, de nação em nação,
Corre veloz a notícia feliz: "Jesus Ressuscitou!!!"
Quem crê, saia depressa, correndo
Atrás de Madalena, de Pedro, de João...
A vitória será sempre da vida!
E cada esforço, cada luta, cada gota de sangue
Derramado pela justiça, não terá sido em vão...
A última palavra será: RESSURREIÇÃO!!!
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Autor: Zé Vicente
(poeta e cantador da caminhada popular)
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Desejamos à todas comunidades catequizadoras de nossa Diocese, de nosso Brasil, do mundo... Uma feliz Páscoa!!!
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Com carinho:

M Izabel Fraga, Isabel Braz, Pe Gislei Roberto
Pe Arnaldo Vicente, Pe José Roberto
e Cristiane Duarte
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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Eucaristia: MINISTÉRIO da Fé

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“Fazer caírem o véu, mas à maneira do artista, isto é, dirigindo um olhar maravilhado
ao que ainda permanece velado, depois do desvelamento.
O que equivale dizer, trazer a luz do dia,
mas deixando vir a noite. Iluminar,
mas criando abertura que deixe entrever insondáveis cavernas”.
(F. Nietzche)
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Por Padre José Roberto Filho
Membro da Equipe Diocesana de Catequese
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            Os sacramentos dão sinais da comunhão com Deus, em Cristo, pelo Espírito Santo, que marcam com sua graça momentos fortes da vida. A eucaristia, como qualquer outro sacramento, só pode ser entendido sob o dinamismo da fé.  Sem fé a eucaristia não passa de um ritual vazio, frio e sem sentido. Sem fé o pão eucarístico é o mesmo pão da padaria, apenas com um formato e textura diferente. O vinho continua sendo vinho e nada mais.
            A fé é um detalhe que faz toda a diferença. Pela fé comemos o pão da padaria com mais delicadeza e reconhecemos nele a presença do Ressuscitado. Pela fé bebemos o vinho extraído da uva com grande ternura e nele reconhecemos o sangue de Cristo.
            Na origem remota da eucaristia está a Páscoa hebraica celebrada como memorial da saída do povo de Israel do Egito, terra da escravidão, rumo a libertação e a vida. A  origem próxima é a ceia que Jesus celebrou com seus discípulos nas vésperas de sua morte. O sinal profético da última ceia do povo de Israel inspira o sinal profético da última ceia de Jesus com a comunidade dos seus discípulos prefigurando o drama da morte e a alegre notícia da ressurreição.
Segundo Iglesias:  “O rito instituído por Jesus não acontecerá apenas uma vez no ano como na Páscoa judaica, mas em toda celebração eucarística dominical ou diária”. Os dois eventos, do Primeiro e Segundo Testamentos, participam das categorias de morte e ressurreição. Somos imersos nas águas da morte para a ressurreição em Cristo, da servidão para o serviço na liberdade dos filhos e filhas de Deus. Pelos “pés da fé” caminhamos até estes dois eventos e na eucaristia eles são atualizados e revividos na conjuntura do presente em vista de um futuro escatológico. Não estamos atados por um cordão umbilical a uma experiência de fé do passado onde Deus estaria na origem, como que “por trás” de nós. Ao contrário, Deus está sempre “à nossa frente”, como “Aquele que vem”! Mais no futuro do que no passado, mais convidando do que empurrando. O modo eucarístico da Trindade nos faz crer em um Deus que é convidativo, e espera por nossa visita para  sentar à mesa e partilhar conosco o seu projeto de salvação, a sua vida em comunhão.
Na Dei Verbum, os padres conciliares nos oferece uma boa chave de leitura para a compreensão dos sacramentos:  “Nenhum ato pode ser cumprido na Igreja sem uma eplichese, sem  invocação ao Espírito Santo no qual e por qual o Cristo opera no seu corpo. Ele age dentro de nós como Mestre interior” (n. 50). Por outro lado, a eucaristia como obra do Filho que entrega a criação ao Pai, é um acontecimento inteiramente corporal: o Filho assumiu corpo, materialidade histórica. E toda corporeidade encontra nele a sua transfiguração em forma eucarística., em dom corporal a Deus Pai. Mas por está abraçada e nutrida pelo Espírito, toda  corporeidade é transfigurada espiritualmente, de tal forma que ganhará então  eucaristicamente,  toda transparência, comunicação, leveza, incorruptibilidade, enfim, imortalidade, tudo que é próprio do Espírito. É uma eucaristia corporal em que brilha a luz plena do Espírito.
O Espírito Santo que está em nós, ajuda-nos a entender que através da humanidade humilde e corporal do Filho estamos diante do mistério inefável  e estupendo, sempre maior, do Pai. Envoltos nesse mistério, reconhecemos,   adoramos e louvamos  o Pai, pelo Filho e no Espírito Santo.
A palavra eucaristia  originalmente significa “ação de graças”, gesto de reconhecimento e de correspondência às bênção de Deus. Por exemplo, assim como reconhecemos que Deus nos abençoou pela criação e por tantos benefícios em nossas vidas, bendizemos a Deus, ou seja, retribuímos a gratuidade dos dons com  a gratuidade de nosso louvor.
Nessa “ação de louvor” a Igreja se faz porta voz de todo o criado: o pão e o vinho, frutos da terra e do trabalho de mulheres e homens, são apresentados ao Pai na fé e na ação de graças. A eucaristia significa, assim, o que o mundo deve procurar  ser: uma oferta e um hino de louvor ao Criador, uma comunhão universal no corpo de Cristo, um Reino de justiça, de amor e de paz no Espírito Santo.
Repetindo o gesto de Jesus na tarde de sua  última ceia, a comunidade parte o pão da fraternidade e bebe o cálice da condivisão da sorte: não um pão qualquer, nem um cálice qualquer, e sim um pão e um cálice inseridos numa ação que já no mundo judaico era densa de significado comunitária e social. Segundo Bruno Forte: “O memorial (da eucaristia) é um banquete que estabelece uma profunda comunhão de vida e destino entre quem preside e os convidados, e dos convidados entre si: obedecer ao preceito do Senhor – “Fazei isto para celebrar a minha memória” – que é, afinal, a missão da Igreja, exige comunhão com Cristo e com os irmãos (ãs).
E como Jesus se apresentou na tarde da última Ceia na forma de servo, e de servo sofredor, assim a Igreja eucarística, nascida e enviada em comunhão com ele, deve apresentar-se aos homens como comunidade de serviço, que põe gratuitamente à disposição tudo que gratuitamente recebeu do seu Senhor. Da eucaristia – memorial do Crucificado-Ressuscitado, nasce a missão da Igreja como missão sob a cruz, de se consumar na partilha e na oblação da vida...
A eucaristia gera a Igreja como comunidade enviada “in Spiritu Sanctu”. É o Espírito Santo o primeiro agente da missão, quem torna eficaz o anúncio; é Ele que naqueles que escutam a palavra da salvação “move o coração e o converte a Deus, abre os olhos da mente e dá a todos a suavidade na adesão à verdade e no dar-lhe seu assentimento” (Dei Verbum, 5). A Igreja eucarística viverá então fielmente a sua missão se for  comunidade aberta ao Espírito, capaz de ação de graças e de acolhida do dom de Deus.

Questões que dão o que pensar:

Sobre a dimensão social:
Francisco Taborda em seu artigo intitulado: “O Futuro da Eucaristia vista da América Latina”, publicado na Revista Pastoral maio/junho de 2010, afirma que o futuro da eucaristia está intimamente relacionado com a opção pelos pobres e que não é possível partir e repartir o pão eucarístico sem um compromisso com os pobres que nos cercam. O futuro da eucaristia depende da coerência em torná-la verdade em nossa vida. E a verdade do símbolo eucarístico se expressa na partilha da vida de cada dia. Aqui surgem algumas questões: a eucaristia que celebramos nos leva a inserirmos na realidade sofrida dos pobres de nossas comunidades? O que temos feito para saciar a fome daqueles que não têm o que comer?  Somos capazes de responder a essa pergunta: Onde dormiram essa noite, os pobres de Jesus Cristo?   A eucaristia revela a solidariedade de Deus pela a humanidade e nós, somos solidários à dor, insegurança e angústias dos pobres?  Será que nossa eucaristia muitas vezes celebrada com tanta piedade ou requinte de espetáculo reflete o nosso compromisso de fidelidade com os deserdados da terra? ( Conferir o número 176 do Documento de Aparecida).

Sobre a inculturação:
O mesmo autor referindo-se ao Concílio Vaticano II lança luzes sobre o tema das inculturação e questiona a matéria que utilizamos na eucaristia. Originalmente a eucaristia foi instituída com o pão e o vinho em meio a cultura mediterrânea, no contexto da civilização do trigo. O pão de trigo é estranho em muitas regiões rurais e, em outras partes, apenas complementa o emprego tradicional de massas de milho ou mandioca. O uso do vinho ainda é mais restrito. Portanto, eis as questões: Seria possível celebrar a eucaristia com beiju e chicha ( bebida fermentada com milho)? A “substância do sacramento”  estaria preservada somente com o uso do pão e do vinho? Não bastaria o simbolismo de uma  refeição (comensalidade) ?

Sobre os ministérios leigos:
Afirma a Teologia dos Sacramentos que é direito dos leigos ter acesso à eucaristia no dia dedicado ao Senhor e que é um dever da Igreja encontrar meios para facilitar a freqüência e a participação dos fiéis à eucaristia. No entanto a realidade nos mostra que não é possível  celebrar a eucaristia em inúmeras comunidades espalhadas na América Latina e no Brasil, por falta de padres. Novamente as perguntas que não querem calar: Não seria a comunidade maior do que o padre? Não foi o próprio Jesus que afirmou: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, ali  estarei eu no meio deles” (Mt 18, 20)? Não deveríamos confiar mais na ação do Espírito, doador dos dons, e valorizar os ministérios leigos, já que nós os padres não somos tão missionários?

Concluindo sem concluir
Não podemos esquecer as palavras inspiradoras do Documento de Aparecida no número 161: “A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência e o sinal através do qual é chamada a ser reconhecida como seguidora de Cristo e servidora da humanidade. O novo mandamento deixado por Jesus é que une os discípulos entre si, reconhecendo-se como irmãos e irmãs, obediente ao mesmo Mestre (...), chamados a cuidar uns dos outros ( 1 Cor 13: Cl 3, 12-14).

Referências Bibliográficas:
FORTE, B. “A Trindade como História:  Ensaio sobre o Deus Cristão”. SP:  Ed. Paulinas, 1987.
MOLTMANN, J. “O Espírito da Vida: Uma Pneumatologia Integral”. Petrópolis: Ed. Vozes, 1999.
SUSIN, L. Carlos. “Deus: Pai, Filho e Espírito Santo”. SP: Ed. Paulinas, 2003.
TABORDA, F. “O Futuro da Eucaristia visto da América Latina”. Revista Pastoral, Maio/Junho, 2010 – ano 51 – n. 272.


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